Na tarde de sábado, 03 de setembro, estive no morro do Cantagalo na inauguração do terraço cultural do Museu de Favela. Entre as apresentações musicais de "Os Companheiros" e Ernani Marones, declamei o cordel de minha autoria " A CHEGADA DE BEZERRA DA SILVA NO CÉU" em homenagem ao sambista e artista popular que morou na comunidade e levava seu nome em muitos sambas que interpretava.
No terraço do MUF, observando a paisagem natural do Rio de Janeiro e a movimentação do morro, me veio a inspiração para fazer esta pequena homenagem que terminei de escrever agora, domingo de manhã:
MUSEU DE FAVELA
Autor: Victor Alvim "Lobisomem"
Bem do alto do morro eu posso verA mais viva galeria de arte
A natureza está por toda parte
E é moldura que faz engrandecer
A beleza do povo e seu viver
Contemplando uma bela exposição
Entre o céu e a sua imensidão
O horizonte riscando sobre o mar
Que reflete o sol quente a brilhar
Ou a lua em meio a escuridão
Lá no alto o vôo da passarada
E o Cristo Redentor no Corcovado
Vejo o Arpoador do outro lado
E embaixo o campinho da pelada
A algazarra de toda a criançada
E as pipas dançando pelo ar
Parecendo que podem escutar
Os acordes de um samba no quintal
E as roupas balançando no varal
No batuque também querem sambar
A favela é a nossa galeria
Nosso povo a mais bela obra prima
Que avistamos melhor aqui de cima
E entre beco, ladeira e escadaria
Cada laje é suor e alegria
Todo dia uma luta, uma vitória
E todo morador tem na memória
Um museu e por isso é que eu falo
No Museu de Favela, o Cantagalo
É que escreve a sua própria história