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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Encantos do Cordel

No dia 31 de agosto apresentei no Sesi Jacarepaguá, dentro do projeto Poesia no Sesi, o espetáculo "Encantos de Cordel" onde mesclo poemas e músicas de minha autoria com clássicos da música popular brasileira. Abaixo o poema que dá nome ao show e algumas fotos registradas por Dani Monteiro.

ENCANTOS DO CORDEL
Autor: Victor Lobisomem

Meu cordel tem encanto e tem magia
Vem do povo a minha inspiração
Que brota feito semente no chão
Ou então das nuvens da fantasia
Que derramam uma chuva de poesia
Me inundando de criatividade
E me fazem voar com liberdade
Nas asas de um pavão misterioso
Ver o mundo de um jeito mais formoso
Poder ir aonde sinto vontade

Vou a feira e a universidade
No asfalto e nos becos da favela
Na escola de samba e na novela
No sertão, na roça e na cidade
Nas mansões da alta sociedade
E também junto ao povo da rua
Comentando a verdade nua e crua
Ou contando histórias inventadas
De dragões e princesas encantadas
Ou do Santo Guerreiro lá na lua


Com meus versos eu posso viajar
Pras estrelas ou pra São Saruê
Com João Grilo e o Saci Pererê
Num cavalo alado eu montar
Passear galopando a beira mar
E encontrar a Donzela Teodora
Com Canção de Fogo e o Caipora
Lampião junto a Antonio Silvino
O cordel vem traçando o meu destino
Me levando pelo infinito afora


Nem tudo é romance e aventura
Na vida de um poeta popular
Há pelejas difíceis de enfrentar
Pra honrar a nossa literatura
Pra seguir nessa estrada da cultura
Fui no inferno e ainda bebo fel
Mas com fé um dia eu chego ao céu
Por enquanto na arte eu mergulho
E hoje posso dizer com muito orgulho
Sou mais um dos poetas do cordel.

 Alan Rocha - Violão e cavaquinho
 Cacá Franklin - Percussão
 Victor Alvim - Voz e berimbau
 Luciano Oliveira - Acordeon
 Igor Stuart - Zabumba e surdo
 Marcia Guzzo - Voz




domingo, 4 de setembro de 2011

Cordel no Museu de Favela do Cantagalo



Na  tarde de sábado, 03 de setembro, estive no morro do Cantagalo na inauguração do terraço cultural do Museu de Favela. Entre as apresentações musicais de "Os Companheiros" e Ernani Marones, declamei o cordel de minha autoria " A CHEGADA DE BEZERRA DA SILVA NO CÉU" em homenagem ao sambista e artista popular que morou na comunidade e levava seu nome em muitos sambas que interpretava.
No terraço do MUF, observando a paisagem natural do Rio de Janeiro e a movimentação do morro, me veio a inspiração para fazer esta pequena homenagem que terminei de escrever agora, domingo de manhã:

MUSEU DE FAVELA
Autor: Victor Alvim "Lobisomem"
Bem do alto do morro eu posso ver
A mais viva galeria de arte
A natureza está por toda parte
E é moldura que faz engrandecer
A beleza do povo e seu viver
Contemplando uma bela exposição
Entre o céu e a sua imensidão
O horizonte riscando sobre o mar
Que reflete o sol quente a brilhar
Ou a lua em meio a escuridão

Lá no alto o vôo da passarada
E o Cristo Redentor no Corcovado
Vejo o Arpoador do outro lado
E embaixo o campinho da pelada
A algazarra de toda a criançada
E as pipas dançando pelo ar
Parecendo que podem escutar
Os acordes de um samba no quintal
E as roupas balançando no varal
No batuque também querem sambar


A favela é a nossa galeria
Nosso povo a mais bela obra prima
Que avistamos melhor aqui de cima
E entre beco, ladeira e escadaria
Cada laje é suor e alegria
Todo dia uma luta, uma vitória
E todo morador tem na memória
Um museu e por isso é que eu falo
No Museu de Favela, o Cantagalo
É que escreve a sua própria história